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Consumo de energia ficou estabilizado no primeiro semestre, mostra CCEE
Demanda do mercado livre cresceu com a chegada de novos consumidores, mas carga do ambiente regulado recuou com as temperaturas mais amenas em boa parte do país.
Publicado em: 05/08/25 14:40 hs | Atualizado em 05/08/25 14:51 hs
O Brasil encerrou o primeiro semestre de 2025 com um consumo total de 71.507 megawatts médios (MWm) de energia elétrica. O volume representa uma estabilidade em relação ao mesmo período de 2024, apesar de se manter elevado frente aos últimos anos. Essa estabilidade é atribuída, principalmente, às temperaturas mais amenas registradas ao longo dos primeiros meses do ano em boa parte do país, que reduziram o uso de sistemas de refrigeração, como ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.
A análise é da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, entidade responsável por monitorar em tempo real o comportamento da demanda de energia no país. Com atuação estratégica, a organização contribui ativamente para o planejamento do setor e para a segurança do fornecimento elétrico em todo o território nacional.
No período, o mercado regulado, abastecido pelas distribuidoras locais e com forte participação do consumo residencial, foi responsável por 41.492 MWm. Esse volume representa uma retração de 5,9% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi impactado tanto dias mais frios neste ano quanto pelo avanço do processo de migração de consumidores para o mercado livre de energia, movimento que tem transformado a dinâmica do setor.
O mercado livre, que permite que consumidores escolham seus fornecedores, negociem condições contratuais e busquem maior eficiência e economia, absorveu 29.565 MWm no primeiro semestre. O volume representa um expressivo crescimento de 9,7%, consolidando o ambiente de contratação livre como responsável por 41,3% da demanda total de energia do país.
Consumo por ramo de atividade econômica
O monitoramento da CCEE sobre o consumo setorial evidencia importantes sinais da atividade econômica nacional. Entre os 15 segmentos analisados no primeiro semestre, destacaram-se Saneamento (+38,2%),
Serviços (+28,5%) e Comércio (+16,7%) como os setores com maior avanço na carga de energia. Esse crescimento está diretamente relacionado à entrada de pequenas e médias empresas no mercado livre, como padarias, farmácias, hotéis e cafeterias, perfil que vem ganhando protagonismo na transformação do modelo de consumo energético no Brasil.
Consumo por região
A análise regional da CCEE mostra os impactos das temperaturas nas diferentes localidades do país. Entre os estados que registraram maiores reduções no consumo, destacam-se Amapá (-9,1%), Mato Grosso do Sul (-8,2%) e Rondônia (-6,7%). Por outro lado, Maranhão (+10,2%), Acre (+9,8%) e Rio Grande do Sul (+5,6%) apresentaram os maiores crescimentos no consumo elétrico no período.