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Mesmo com chuva e frio, consumo de energia cresce 0,6% em agosto, puxado pelo mercado livre

Cenário hidrológico favorável também contribuiu para aumento de 34% na geração hidrelétrica

Publicado em: 22/09/22 10:08 hs | Atualizado em 22/09/22 10:22 hs

A imagem mostra uma mulher branca, em uma cena noturna de cidade, que usa o seu smartphone

O consumo de energia elétrica no Brasil em agosto apresentou um avanço de 0,6% na comparação com o mesmo período do ano passado e chegou a 63.727 megawatts médios. Os dados prévios constam no Boletim InfoMercado Quinzenal, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. Embora os grandes consumidores tenham registrado alta, as chuvas intensas e as temperaturas mais amenas levaram a uma retração da demanda nas residências e pequenos estabelecimentos comerciais.

O mercado livre, no qual a indústria e as grandes empresas contratam seu fornecimento, foi responsável por 23.700 megawatts médios consumidos, montante 5,9% maior do que em agosto de 2021. Já para o ambiente regulado, que concentra quem compra energia das distribuidoras, foram direcionados 40.027 megawatts médios, um recuo de 2,4% no comparativo anual.

Devido à constante movimentação de consumidores entre esses dois segmentos, a CCEE também apura os dados desconsiderando o efeito das migrações. Se excluíssemos da conta as cargas que saíram ou entraram em ambos os mercados nos últimos 12 meses, o ambiente livre teria uma alta de 3,3%, enquanto o regulado apresentaria uma retração um pouco menor, de 0,7%.

Os painéis solares fotovoltaicos instalados em residências e empresas, conhecidos como micro e minigeração distribuída, também reduzem a demanda da rede. Se não houvesse esse tipo de sistema, haveria uma oscilação positiva de 0,1% no volume demandado pelo segmento regulado.

Consumo de energia elétrica em agosto | 2022 X 2021


 

Consumo por ramos de atividade econômica

A Câmara de Comercialização também realiza o monitoramento do consumo de energia em 15 setores da economia que compram seu fornecimento no mercado livre. Em agosto, no comparativo anual e desconsiderando a migração de cargas, os maiores avanços foram registrados pelos ramos de Madeira, Papel e Celulose (16%), seguido por Bebidas (10%) e Serviços (7,2%). Cinco ramos tiveram queda, com destaque para a indústria têxtil (-3,7%), Minerais Não-Metálicos (-2,4%) e Telecomunicações (-2%).

Consumo regional

O Maranhão encerrou agosto com o maior avanço no consumo de energia entre os estados brasileiros, de 16% em relação ao mesmo período do ano passado. Pará e Tocantins vêm na sequência, cada um com 7% de aumento, seguidos pelo Paraná, com alta de 6%. Segundo a CCEE, o resultado se explica por uma maior demanda de consumidores da indústria metalúrgica (Maranhão), extração de minerais metálicos (Pará), Madeira, Papel e Celulose (Paraná) e consumo do ACR (Tocantins).

Entre as regiões que mais recuaram estão o Rio Grande do Norte (-7%), seguido pelo Piauí (-5%), e o Acre e o Mato Grosso do Sul. Nestas regiões, principalmente no Nordeste, a CCEE associa a baixa aos maiores volumes de chuva e temperaturas mais amenas, que reduzem a necessidade de equipamentos de refrigeração, com aparelhos de ar-condicionado.

Geração de energia

Desde janeiro, a Câmara vem registrando aumentos significativos na participação das hidrelétricas na geração de energia, resultado do cenário hidrológico muito mais favorável em 2022, o que deixa o país em posição estável para atravessar o período seco. Em agosto, as hidrelétricas forneceram 43.585 megawatts médios ao Sistema Interligado Nacional – SIN, volume 34,4% maior em relação a 2021. Consequentemente, as termelétricas recuaram 56,2%. Agosto também se encerrou com crescimento de 82% na geração solar fotovoltaica e de 14,9% na produção eólica.

Exportação

Ainda em agosto, o Brasil exportou 837 megawatts médios de energia elétrica para a Argentina. Pela contabilização do setor, a venda de excedentes para países vizinhos é registrada como um “consumo” no segmento de Serviços. Levando em consideração esse efeito, o volume consumido total teria crescido em 2% frente ao mesmo mês do ano passado.

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