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Fórum CCEE – Análise Setorial analisa alternativas para enfrentar os impactos do curtailment

Líderes do setor debatem propostas para solucionar os cortes de geração no curto e médio prazo

Publicado em: 02/09/25 19:56 hs | Atualizado em 02/09/25 20:00 hs

painel 5

Entre oportunidades e desafios do setor elétrico brasileiro, um tema é unanimidade: o corte de geração, conhecido como curtailment. A intensificação da ocorrência deste mecanismo com a expansão de fontes intermitentes e a maior oferta de energia perante a demanda esquentou o debate do painel 5 do Fórum CCEE – Análise Setorial.

Com a participação do diretor da ANEEL, Fernando Mosna; o diretor de operação do ONS, Christiano Vieira; da presidente da ABEÉOLICA, Elbia Gannoum; do presidente da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia; e o conselheiro da ABGD, o professor José Marangon. O debate foi moderado pelo diretor de gestão corporativa da EPE, Carlos Cabral.

Reconhecendo que o curtailment é uma questão a ser enfrentada por diversos países do mundo, que chegam a ter 20% de cortes, Cabral lembrou que o Brasil tem uma matriz elétrica diferenciada e diversificada e que precisa encontrar solução para reduzi os impactos. “Temos que encontrar condições favoráveis a expansão da produção de energia de forma sustentável, tanto para geração centralizada ou distribuída.

Christiano Vieira reforçou que o corte de geração tem sido cada vez mais necessária na operação do sistema, mas que o ONS procura evitar ao máximo os impactos comerciais. “O corte é o último recurso a ser tomado pelo operador. Procuramos fazer a otimização de forma a reduzir o custo e cortar menos energia possível. É uma operação cirúrgica”, explicou.

Representando os empreendedores de energia eólica, Elbia ressaltou que os rebatimentos financeiros do curtailment estão afetando os investimentos e a sustentabilidade de vários projetos. “Temos que resolver imediatamente a questão econômica que virou financeira. Qualquer variável técnica não resolverá em curto prazo, pois elas funcionam no longo prazo. Precisamos de uma solução de curto, encarar o problema de verdade”. O presidente da Absolar lembrou que três iniciativas estão sendo tomadas para mitigar o problema: “Estamos atuando na esfera judicial, nas ações administrativas e no âmbito legislativo. Temos que pensar numa segurança jurídica”, complementou Sauaia.

O conselheiro da ABGD, José Marangon, reforçou que a geração distribuída, apontada muitas vezes como um complicador para a operação do sistema, pode ser uma solução para ajudar o ONS. “A geração distribuída com bateria pode entregar uma solução para as distribuidoras e para o Operador. Por estarmos perto da carga, nós temos o cliente ao lado, o que traz uma economia de rede. E as baterias podemos implantar rapidamente”.

Por fim, o diretor da ANEEL, Fernando Mosna, reconheceu a importância de rever a regulamentação do ressarcimento do curtailment. “A Aneel pode revisitar a regra de corte de geração por ato próprio. A regra nasceu superada pelo tempo e precisamos dar uma solução. Temos que voltar a dar o sentido de previsibilidade ao investidor”, afirmou.
 

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