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CCEE conclui a migração de mais de 18,3 mil consumidores ao mercado livre de energia em 2025
Resultado reflete a consolidação do ambiente de negociação após a abertura da alta tensão em 2024 e marca um novo ciclo de diversificação regional
Publicado em: 29/10/25 16:08 hs | Atualizado em 29/10/25 16:18 hs
O mercado livre de energia, que completa 30 anos de existência, mantém um ritmo consolidado de crescimento em 2025. De janeiro a setembro, 18,3 mil novas unidades consumidoras migraram para o ambiente, resultado praticamente estável em relação ao mesmo período de 2024, quando o setor apresentou o maior crescimento da sua história.
Em setembro, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE registrou a entrada de 1.429 novos consumidores para o segmento, o segundo melhor desempenho para o mês, atrás apenas do recorde do ano passado. Ao todo, o mercado livre reúne mais de 80 mil casas e empresas de todo o país.
O avanço reflete o amadurecimento do modelo e o benefício percebido pela sociedade, que passa a demandar um fornecimento de energia mais flexível, competitivo e personalizado.

Segundo a CCEE, o resultado reflete um movimento de consolidação após um ciclo excepcional de crescimento. Em 2024, o mercado livre se abriu para todos os consumidores de alta tensão, o que gerou um movimento imediato de migração intenso. O ingresso em massa naquele período elevou significativamente a base de comparação e explica a retração percentual observada em 2025.
“O que observamos é um mercado maduro, que mantém um volume elevado de crescimento e que amplia sua diversificação regional e setorial. Isso mostra a confiança das empresas no modelo e na competitividade da energia negociada livremente”, avalia o Presidente do Conselho de Administração da CCEE, Alexandre Ramos.
Setores de serviços e telecomunicações lideram crescimento
O setor de serviços foi o destaque do período, com 6 mil novas unidades migradas, um avanço de 25,6% frente a 2024. As telecomunicações (+19,6%) e os transportes (+15,7%) também apresentaram resultados expressivos, refletindo o interesse de empresas de médio porte e segmentos urbanos por gestão mais eficiente e previsibilidade de custos.
Entre os setores industriais, madeira, papel e celulose (+13,8%) e químicos (+1,9%) tiveram alta, enquanto segmentos tradicionais, como têxteis (-40,3%), veículos (-32,1%) e comércio (-17,7%), recuaram, após o forte movimento de entrada registrado no ciclo anterior.

Expansão regional se consolida no Centro-Oeste e Norte
A análise regional mostra que o mercado livre vem ganhando capilaridade fora dos grandes centros. Estados como Rondônia (+107%), Mato Grosso (+85%), Tocantins (+82%), Pará (+49%) e Piauí (+51%) registraram os maiores crescimentos percentuais no acumulado do ano. Os estados do Sudeste e Sul, por sua vez, mantêm a maior base de consumidores, mas em ritmo mais moderado. São Paulo (5.264 migrações), Paraná (1.904), Minas Gerais (1.488) e Rio Grande do Sul (1.340) concentram mais da metade das novas adesões no país.
A CCEE avalia que o movimento reforça a interiorização do mercado livre, acompanhando a expansão de polos agroindustriais e logísticos pelo interior do Brasil.
