MERCADO QUINZENAL

Dados de 1º a 28/02/23 comparados com o mesmo período de 2022 (1º a 29/02/22)

Informações de medição em 14/03/2023, passíveis de ajustes no processo de contabilização

Em fevereiro, o consumo no Sistema Interligado Nacional - SIN, registrou variação positiva de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2022. O Ambiente de Contratação Regulada - ACR, cresceu 1,1%, e o Ambiente de Contratação Livre - ACL, 2,3%. Neste mês houve exportação de energia elétrica para a Argentina e para o Uruguai que, se considerada, alavanca o crescimento do SIN para 3,7% e do ACL para 8,3%.

De forma geral, maiores quedas foram observadas no Amapá (-12,3%), Mato Grosso do Sul (-10,0%), Piauí (-4,1%) e Pernambuco (-6,2%). Enquanto os três primeiros foram influenciados por um volume maior de chuvas e temperaturas mais amenas em relação a fevereiro/22, Pernambuco registrou também uma forte queda no ACL (-18,2%), com maiores baixas nos setores de serviços (-45,8%), veículos (-39,9%) e minerais não-metálicos (-31,1%).

Na outra ponta, o estado do Maranhão continua liderando as altas (+42,2%), seguido por Rondônia (+8,9%), Pará (+7,2%) e Goiás (+5,9%). Enquanto menores quantidades de chuvas e temperaturas mais amenas explicam os crescimentos de Rondônia e Goiás, no Maranhão e no Pará o consumo no ACL foi preponderante. No Maranhão, o crescimento de 202,0% do mercado livre continua influenciado pelo ramo de metalurgia e produtos de metal (+574,9%), resultado do aumento constante na produção de um grande consumidor livre. Já no Pará, além do crescimento do setor de metalurgia (+18,3%), colaborou também o ramo de extração de minerais metálicos (+13,5%).

Os crescimentos e quedas verificados nos estados anteriormente analisados foram preponderantes para que os setores de extração de minerais metálicos (+13,5%) e metalurgia e produtos de metal (+8,4%) registrassem as maiores altas em fevereiro/23. Com forte ligação com o mercado externo, estes setores aproveitam o relativo otimismo com o fim da política de COVID zero da China. Destaque também para os avanços dos setores de bebidas (+7,1%), impulsionado pelo feriado de carnaval, e madeira, papel e celulose (+6,0%), que reverteu a queda de janeiro/23.

Por outro lado, os setores de têxteis (-5,2%), veículos (-4,2%) e minerais não-metálicos (3,8%) registraram as maiores quedas. Para têxteis, a tendência de queda observada, e já analisada em boletins anteriores, permanece, com os juros e inflação alta tornando o cenário desafiador para o setor. Já veículos e minerais não-metálicos acompanharam a baixa na produção física registrada nos respectivos setores.

Por fim, o setor de serviços voltou a registrar queda (-3,4%), puxada principalmente pela retração das subclasses de atividades de logística portuária (-4,3%) e administração pública (-79,5%), ambas relacionadas aos feriados ocorridos em fevereiro. Importante destacar que desde novembro de 2022, considerando o histórico já adaptado à nova metodologia utilizada pela CCEE, o setor de serviços não registra crescimento.

No tocante à geração, com embasamento nos dados prévios, nota-se um aumento estimado de 2,6%, quando comparada ao mesmo período no ano anterior. Em relação às fontes, as fotovoltaicas, as eólicas e as hidráulicas apresentaram crescimento, enquanto as térmicas registraram queda.

Em uma escala percentual decrescente, as fotovoltaicas apresentaram um crescimento de 74,7%, seguido das eólicas (45,4%) e das hidráulicas (1,7%). Já com relação às térmicas, estas apresentaram quedas de 37,9%.

Para o desenvolvimento deste relatório foram consideradas estas premissas:

• Este boletim foi publicado no dia 14/03/2023;
• As análises consideram a comparação do período de 2023 em relação ao mesmo período de 2022;
• Os dados de fevereiro de 2023 apurados compreendem o período entre os dias 01 a 28 do mês de referência;
• Medição apurada em MW médios no ponto de conexão, isto é, sem as perdas da rede básica;
• Os dados de geração contemplam as novas unidades geradoras modeladas na CCEE ao longo do mês;
• O consumo cativo das unidades consumidoras parcialmente livres está alocado ao ACL;
• O percentual médio mensal de perdas de geração e consumo prévio em janeiro/23, foi de 2,97% e 3,09%, respectivamente;
• O ACL considera os autoprodutores, varejistas, consumidores livres e consumidores especiais;
• As participações no MRE e/ou no regime de cotas foram analisadas de acordo com a contabilização de cada mês. As variações apresentadas são impactadas pelo movimento de usinas no MRE e para o regime de cotas.

Para enviar comentários e sugestões ou esclarecer dúvidas, mande um e-mail para: info.mercado@ccee.org.br