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Frio derruba consumo de energia elétrica no país, aponta monitoramento em tempo real da CCEE
Clima chuvoso e temperaturas mais amenas provocaram queda de 2,8% em maio
Publicado em: 03/07/25 16:37 hs | Atualizado em 03/07/25 16:50 hs
O clima frio que avançou sobre o centro sul do país reduziu em 2,8% a demanda por eletricidade em maio, na comparação com o mesmo período em 2024, quando boa parte dos estados enfrentavam o impacto do fenômeno El Niño. Essa foi a segunda queda consecutiva no ano, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que acompanha em tempo real o consumo e a geração de energia no país inteiro para apoiar o planejamento estratégico do setor.
O Brasil registrou uma carga média de 68.149 MWm, dos quais 38.915 MWm foram destinados ao mercado regulado, que atende majoritariamente residências - volume 6,8% inferior ao registrado no ano anterior, em função da menor utilização de ar-condicionado e ventiladores.
O restante, 29.234 MWm, foi fornecido ao mercado livre de energia, o ambiente em que a indústria e as pequenas e médias empresas compram o insumo sob demanda, escolhem seu próprio fornecedor e negociam livremente o tipo de fonte, prazos e modelos de contrato. Em maio, a carga deste segmento aumentou 3,0%, puxada pela chegada de novos consumidores e pelo bom desempenho de quase todos os 15 ramos de atividade econômica acompanhados pela CCEE.
Consumo por atividade econômica
Entre os 15 segmentos acompanhados em tempo real pela CCEE, o maior crescimento na demanda por energia elétrica foi registrado no setor de Extração de Minerais Metálicos, com alta de 14,5%, seguido pela indústria alimentícia (5,1%) e Saneamento (4,2%). Apenas três áreas registraram declínio no comparativo anual: comércio (-0,2%), transporte (-1,6%) e telecomunicações (-6,6%).
Consumo regional
Os avanços na demanda, provocados pelos dias mais quentes, foram registrados pela CCEE nas regiões Norte, Nordeste e em parte do Sul do país, com destaque para o Acre (25,6%), Maranhão (13,4%) e Rio Grande do Sul (7,3%). O cenário inverso, de temperaturas mais amenas e clima chuvoso, derrubaram o consumo em boa parte do país, especialmente no Sudeste, Centro-Oeste e parte do Nordeste, com destaque para o Rio de Janeiro (-11,4%), Mato Grosso do Sul (-9,7%) e Espírito Santo (-7,8%).
Geração de energia
No acompanhamento em tempo real da produção de eletricidade no Brasil, a Câmara registrou, em maio, um recuo de 2% na geração das hidrelétricas. Entretanto, destaca-se aumentos significativos de 18% e 10% nas fontes eólica e solar, respectivamente, insumos renováveis que contribuíram para a oferta de energia para a população. As térmicas a biomassa, que usam a cana-de-açúcar como principal matéria-prima, também tiveram uma participação importante, entregando 2% mais energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN).