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Artigo: A Química do Ceará

Por Ricardo Gedra, Gerente de Análise e Informações ao Mercado da CCEE

Publicado em: 22/08/22 11:42 hs | Atualizado em 22/08/22 11:46 hs

Montagem em que a letra H e o número 2 são formados por folhas verdes

Quando estudamos a tabela periódica, aprendemos que ela está organizada de acordo com o número atômico de cada elemento. Na primeira posição está o hidrogênio, elemento abundante, famoso por fazer parte da composição da água e que apresenta características energéticas. É justamente esse componente que tem atraído olhares de investidores do mundo inteiro para o Ceará, prometendo abrir portas para o mercado de hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro.

O hidrogênio, no seu processo produtivo mais utilizado atualmente, é feito a partir do gás natural, emitindo CO2. Mas novas tecnologias tem permitido eliminar essa pegada de carbono, produzindo o hidrogênio por meio da eletrólise da água, usando energia elétrica renovável.

Esse processo mais sustentável, que dá o título “verde” ao insumo, é vantajoso especialmente para setores onde o uso de eletricidade como combustível ainda não é viável tecnologicamente, a exemplo da aviação civil, da indústria naval e do ramo siderúrgico. 

Ainda que em fase de pavimentação no Brasil e no mundo, o mercado de hidrogênio verde já tem uma estimativa de demanda considerável. A Europa, por exemplo, que lida com uma grave crise energética, está na corrida para encontrar novas alternativas de combustível. 

A Zona de Processamento de Exportação – ZPE no Porto do Pecém está localizada em uma região estratégica e essencial para viabilizar a produção local e exportação deste insumo. Outra grande vantagem é todo o potencial para a produção de energia renovável que pode ser matéria-prima para este mercado.

No primeiro semestre desse ano, quase 97% de toda a energia gerada no estado foi produzida por parques eólicos e fazendas solares. Nos últimos 12 meses, a região mais que dobrou a produção de energia fotovoltaica, sendo responsável por cerca de 10% de toda a eletricidade solar centralizada do Brasil. 

Estas condições, associadas a outras, como a criação da primeira resolução ambiental, em nível estadual, para licenciamento de projetos de hidrogênio verde, mostram que o Ceará tem feito sua lição de casa e colocam o estado em posição de destaque nos cenários nacional e internacional. 

 

Publicado originalmente no Jornal O Povo, do Ceará

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